24-08-2010 23:00

Livro da 1ª Etapa dos 9° anos do Tiradentes

 


 

                                                                1ªEtapa: Ubirajara




 

                                                                Resumo

Esta obra trata-se da formação da grande nação Ubirajara.

CAP-I
Jaguarê , u caçador da nação araguaia procura um inimigo terrível para vencê-lo em combate de morte e ganhar nome de guerra. Para conseguir essa façanha, ele deixa sua taba e a presença de Jandira, sua futura esposa. Depois de alguns dias na selva, à beira do rio Tocantins-Araguaia, onde a nação Tocantim dominava, ele encontra Araci, filha desta valente nação. Jaguari propõe a Araci que retorne a sua nação e “diga aos seus guerreiros que eu os desafio ao combate”. Mas, antes de Araci retornar, Pojucã, seu irmão, encontra com Jaguarê que propõe um combate leal. Depois de muito tempo de combate, os dois perceberam que eram iguais em força e valentia e se convenceram que nenhum derrubaria o outro, e para finalizar, eles resolveram disputar uma corrida. Quem chegasse primeiro na lança venceria o combate. Os dois tocaram juntos na lança, porém, esta ficou na mão de Pojucã. Ao arremessar a lança para matar Jaguarê, ela se voltou contra Pojucã e esse recebeu-a no peito. Logo, Jaguarê se torna o vencedor, leva Pojucã como prisioneiro para a festa da vitória, onde será reconhecido como Ubirajara.

CAP-II
Na festa a nação araguaia, depois de Pojucã relatar o feito heróico de Ubirajara, Camacã, o grande chefe da nação araguaia e pai de Ubirajara, reconhece que seu filho passou por uma grande prova e o nomeou chefe da nação.

CAP-III
Com a nomeação de guerreiro, Ubirajara no dia seguinte pegaria Jandira e a levaria para a cabana nupcial. Como Ubirajara não apareceu, ela partiu em busca de seu noivo. Na noite anterior, Ubirajara sonhara com Araci e foi ao seu encontro, sendo interrompido por Jandira. Então, ele disse a Jandira que ainda não escolhera o seio que geraria seu primeiro filho. Sendo um ritual, Ubirajara escolhe uma esposa digna de acompanhar o herói inimigo nos seus últimos dias e ter um filho de guerra, e Jandira foi a escolhida. Inconformada com a decisão e com o abandono, sujeitava-se a morte, por isso, fugira da cabana de Pojucã, antes da volta de Ubirajara para matar o prisioneiro.

CAP-IV
Ao chegar à grande taba dos Tocantins, como hóspede Ubirajara é acolhido por Itaquê o grande chefe dos Tocantins. Sendo de costume ele não poderia perguntar a origem nem o nome do hóspede. Então, Ubirajara tinha que escolher um nome, e o nome escolhido foi Jurandir. Araci avistou o caçador araguaia e adivinhou que ele viera a cabana de Itaquê para disputar sua beleza aos guerreiros Tocantins. Foram feitas muitas festas para o estrangeiro, mas, através da Lei de Hospitalidade, Araci não podia revelar o segredo do visitante.
CAP-V
Depois de festas, Jurandir, conduzido pela virgem foi ao encontro de Itaquê, dizendo que
viera servir ao pai de Araci, pois queria disputar aos outros guerreiros o seio de esposa de Araci. A partir daí, Jurandir deixou de ser estrangeiro e passou a fazer parte da cabana de Itaquê como servo do amor, trabalhando para o pai de sua noiva. Jurandir era o maior caçador e o melhor pescador, tudo estava em abundância na cabana do chefe dos Tocantins. Quando Araci foi procurar as plumas para fazer o cocar do amor, encontrou-se com Jandira. Araci quase foi atacada por Jandira, mas Jurandir chegou a tempo de impedir. Então, ele amarrou a mão de Jandira e as deixou a sós. Ficaram então competindo e defendendo o amor por Ubirajara. Depois de algum tempo, Araci desata os braços de Jandira e dá a ela a liberdade.

CAP-VI
Chega o dia do combate nupcial, os noivos de Araci estavam disputando sua posse. Depois de muitas provas típicas do costume indígena, Jurandir se consagra vencedor, mas antes de receber a esposa, devia declarar quem era, pois fora recebido como visitante e ninguém o conhecia.

CAP-VII
Itaquê pede a Jurandir que se identifique, pois ele não deixaria sua filha Araci, entrar numa taba onde habituasse quem tivesse ofendido um só de seus guerreiros. Sendo assim Jurandir se apresenta-se como Ubirajara, o chefe da grande nação Araguaia. Contou aos Tocantins o seu encontro com Pojucã, o combate que o venceu e que voltara no sol seguinte para assistir ao combate da morte. Nisso, Itaquê reconhece o matador de seu filho Pojucã, que
havia partido para rastejar a marcha dos Tapuias. Mas não podia vingar seu filho pois o matador era seu hóspede e não admite que sua esposa Jacamim chore na frente de Jurandir o matador de seu filho. Itaquê disse a Ubirajara que nunca iria ofendê-lo em sua taba pela lei da hospitalidade e despede-se dele. Ubirajara ao partir propõe a guerra à Itaquê como inimigo, pois queria restituir a sua esposa. Então, Ubirajara vai até a sua nação buscar seus
guerreiros, nisso liberta Pojucã e dá a ele a chance de lutar com sua nação. Depois de cinco sois, o chefe dos Araguaias volta à taba dos Tocantins, mas, antes de chegar encontra-se com os Tapuias que iam vingar Pojucã que havia incendiado a taba dos Tapuias. Como não era certo lutar as três tribos ao mesmo tempo , Itaquê, Ubirajara e Canicrã decidem que o vencedor de Tocantins X Tapuias iria combater com os Araguaias.

CAP-VIII
Durante o combate entre Canicrã e Itaquê, Itaquê é atingido nos olhos por Pãa e atinge Canicrã, arrancando-lhe a cabeça. Então Ubirajara viu-se sem os guerreiros para vencer, mas viu Pãa, e mandou que Abeguar o apanhasse para ser escravo de Itaquê. Nisso, a nação Tocantim ficou sem o grande guerreiro Itaquê que ficara cego.

CAP-IX
Os Tapuias voltaram, com Agná à frente de sua nação, para vingar a morte de Canicrã seu irmão. Mas os Tocantins estavam sem um grande chefe que pudesse abrir-lhes o caminho da guerra já que Itaquê estava cego e Pojucã não agüentava brandir o arco de seu pai e jamais empunharia outro arco chefe menos glorioso. Então, com sua experiência Itaquê pede a Ubirajara e propôs a ele que empunhasse o arco de Itaquê e conquistasse por heroísmo uma esposa e uma nação. Então Ubirajara uniu a nação dos Tapuias e formou a grande nação dos Ubirajaras tendo duas esposas, Araci pelos Tocantins e Jandira pelos Araguaias que seriam mães de seus
filhos.

Comentários sobre o livro

O livro se passa em um intervalo não muito grande de tempo. Os personagens não envelhecem, mas, a formação psicológica é muito alterada ao decorrer de várias modificações principalmente culturais. Em Ubirajara, focaliza-se a vida dos aborígenes em seu meio natural, livres, longe do contato com a civilização. Sendo o índio em comunhão com a natureza, fonte de inspiração para os escritores românticos. A narrativa é feita na 3ª pessoa, não havendo interferência do autor, que apenas relata a vida entre os índios. O índio de Alencar é visto através do mito do bom selvagem, é uma criação artística já que os descreve de uma forma pessoal e bastante idealizada, o índio é construído apenas com os detalhes positivos. Em todos os seus romances patenteiam-se o domínio da imaginação, prescindindo muitas vezes da observação que entra principalmente nas descrições dos costumes e do
ambiente, comprovando isto, no livro, trata-se por exemplo, a lei da hospitalidade, que é um dos costumes entre as nações para receber um estrangeiro, que não pode ser interrogado sobre sua vida. “Os guerreiros que tinham acudido ao som da inúbia, deixaram passar o estrangeiro sem inquirir donde vinha, nem o que o trouxera. Era este o costume herdado de seus maiores; que o hóspede mandava na taba aonde Tupã o conduzia.” O texto foi escrito com vocábulos indígenas. José de Alencar buscou reconstituir traços que considerava essenciais na cultura do homem que primitivamente habitou o Brasil. Por isso, no livro trata-se apenas da vida do índio. O índio era visto pela visão de bom selvagem de Rousseau. Além do indianismo que reflete o nacionalismo e a exaltação da natureza pátria, essa obra revela uma preocupação histórica. Ubirajara-lenda tupi representa o índio em seu estado mais puro, pré-cabralino. A ação se desenvolve ás margens do Tocantins-Araguaia e relata a formação da grande nação Ubirajara. Lidos com os olhos de hoje, os romances indianistas de Alencar parecem exagerados nos sentimentos e nas boas qualidades atribuídas aos indígenas. Assim agindo, procurava demonstrar que o indígena brasileiro, apesar de primitivo, podia servir de modelo estético para a criação literária uma vez que fornecia elementos ricos de fantasia e imaginação , inclusive pela nobreza estilizada de seus traços humanos.

Personagens:
Os personagens principais são:

*Jaguarê, um jovem caçador filho do chefe da nação Araguaia, que estava para ser aclamado guerreiro desde que conquistasse uma grande façanha. Quando venceu o primeiro guerreiro dos guerreiros de Tupã, Jaguari recebeu o
nome Ubirajara, senho da lança, o mais forte dos guerreiros da nação Araguaia. Jurandir foi o nome escolhido por Ubirajara enquanto permanecia na cabana hospedeira de Itaquê. Depois, Ubirajara torna-se o chefe das nações.
*Jandira, a virgem formosa Araguaia que guardava para Jaguarê o seio de esposa. Sujeitou-se a morte pelo abandono de Jaguarê. No fim ficou sendo esposa de Ubirajara, pela nação Araguaia.
*Araci, a estrela do dia, é filha de Itaquê, pai da grande nação Tocantim. Haviam muitos guerreiros disputando seu amor mas, só o mais valente e forte a teria como esposa. Ao final, ela se tornou esposa de Ubirajara pela nação Tocantim.
*Itaquê, o grande chefe da nação Tocantim, pai de Araci e Pojucã. Depois de ficar cego, pede a Ubirajara que se torne também chefe da nação Tocantim, para vencer os Tapuias.
*Pojucã, um grande guerreiro e o chefe mais feroz da nação Tocantim, matador de gente, irmão de Araci, e inimigo de Jaguarê. Depois de aprisionado e libertado por Ubirajara, não fora mais um grande guerreiro. Houveram também outros personagens que fizeram parte do livro:.

*Tupã, o Deus do raio e trovão. Os Tupis atribuíam grande poder a essa divindade.
*Camacã, o grande chefe da nação Araguaia, pai de Jaguarê, depois passa o arco da nação Araguaia para seu filho.
*Jacamim, a mãe dos filhos de Itaquê.
*Canicrã, o chefe dos Tapuias.
*Pãa, um curumim, último filho de Canicrã, que cegou Itaquê, pois estava revoltado com a morte de seu pai.
*Crebã, um guerreiro, irmão de Pãa, filho de Canicrã.
*Tubim, um jovem caçador que tinha asas de abelha e recebeu o nome de Abeguar ao pegar o curumim Tapuia Pãa.
*Agniná, irmão de Canicrã que foi a frente dos Tapuias vingar a morte de seu
irmão.
*Majé, pai de Jandira. Tinha boas influências na nação Araguai

Outro resumo

Em sintonia com o objetivo de definir a nacionalidade, que no Brasil coincide com a independência do país, o romance indianista, com muita idealização, vai investigar o nosso passado histórico em suas origens mais intocadas, como é o caso de Ubirajara.
      O subtítulo da obra — “Lenda Tupi” - esclarece que Alencar remontará ao Brasil pré-colonial em que o índio, sem ter tido contato com a civilização européia, ainda se encontra em seu estado natural.
      A narrativa tem a finalidade de revelar a origem dos índios ubirajaras e se passa no encontro entre o Tocantins e o Araguaia.
      No primeiro capitulo (“O Caçador”), temos o jovem caçador araguaia Jaguarê, que aspirava à conquista da fama de guerreiro imbatível. Ele está no meio da mata, procurando novos desafios. Essa oportunidade, porém, não ocorre, pois quem ele encontra é a belíssima virgem Araci, “estrela do dia”, filha de ltaquê, chefe da nação tocantim.
      Nesse encontro, eles mantêm um breve diálogo e ela lhe diz : “O mais forte e valente [guerreiro] me terá por esposa.” Ele não se alista, mas pede que ela mande pretendentes para combatê-lo.
      Quando ela parte, Jaguarê, ao cruzar com Pojucã, guerreiro tocantim, começa uma luta titânica na qual o araguaia sai vencedor. Como era costume entre os povos primitivos, Pojucã segue como prisioneiro de guerra para a nação araguaia onde seria executado nos rituais antropofágicos.
      Com este feito heróico, Jaguarê torna-se o guerreiro Ubirajara, “senhor da lança”, e herda de seu pai, Camacã, o posto de chefe dos índios araguaias.
      Após essa conquista, Ubirajara busca uma outra: a da esposa. Embora o jovem guerreiro já tivesse a virgem Jandira, sorriso de mel, prometida como sua esposa, ele não conseguia se esquecer de Araci. Assim, afirma à sua prometida que não merecia seu amor. E pede que ela seja a esposa do guerreiro prisioneiro. A virgem, filha de Magé, não aceita tal proposta, pois o amava, e foge para a floresta. Em seguida, o herói parte para a nação tocantim.
      Lá ele é recebido com todas as honras de hóspede ilustre. Os índios acreditavam que um hóspede era um enviado de Tupã. 
     Assim, seguindo as tradições, Ubirajara senta-se na taba do chefe ltaquê junto com os mais bravos guerreiros e os anciões para fumar cachimbo, compartilhado entre todos os presentes.
      Como “a lei da hospitalidade não consentia que se perguntasse o nome ao estrangeiro que chegava, nem que se indagasse de sua nação”, Ubirajara passa a ser chamado de Jurandir, “aquele que veio trazido pela luz do céu”.
      Depois de ter sido recebido com todas as honras, Jurandir pede ao grande chefe ltaquê que lhe conceda Araci como sua esposa. O chefe tocantim aceita e Jurandir, conforme as tradições daquele povo, deixa sua condição de estrangeiro para pertencer à “oca de ltaquê, e devia, como servo do amor, trabalhar para o pai de sua noiva”. Além disso, ele deveria disputar com os outros guerreiros tocantins a posse de Araci.
  Assim fez o guerreiro apaixonado, mas uma visita inesperada vem temperar a vida do par romântico: Jandira, a virgem araguaia, noiva de Jurandir, aparece com uma faca para ameaçar Araci.
      O guerreiro chega no exato momento para impedir uma tragédia, amarra Jandira e faz dela escrava de Araci: “— Jandira é tua escrava. Não lhe dês a liberdade. Ela tem a astúcia da serpente e seu veneno.”
      Araci dá a Jandira uma lição de moral, explicando-lhe os valores da cultura indígena: “Araci está alegre; porque o amor do guerreiro voltou-se para ela; e Jandira vai fazê-la companheira de sua glória e mãe de seus filhos. Quando a esposa de Jurandir não tiver mais beleza para seu guerreiro, ela consentirá que Jandira durma em sua rede.”
      Chega o dia em que os guerreiros devem combater para conquistar Araci. Durante os rituais de combate, a noiva canta: “Araci ama o mais forte e mais valente.
Ela pertencerá ao vencedor que vencer a bravura dos outros guerreiros, como venceu a vontade da esposa.”
      Jurandir passa por provas de força e astúcia, vencendo a todos os guerreiros. Então o chefe tocantim lhe diz: “Quando o estrangeiro chegou à cabana de ltaquê, ninguém lhe perguntou quem era e donde vinha. (...) Mas agora o estrangeiro saiu vencedor do combate do casamento e conquistou uma esposa na taba dos tocantins. É preciso que se Faça conhecer.” Jurandir, sabendo que seu prisioneiro de guerra (Pojucã) era filho do chefe ltaquê e irmão de Araci, resolve, mesmo constrangido, se apresentar: “Eu sou Ubirajara, o senhor da lança; e o maior guerreiro depois do grande Camacã, cujo sangue me gerou. Se quereis sabei por que tomei este nome. ouvi a minha maranduba [história] de guerra.” Em seguida, relata sua batalha contra Pojucã e afirma que partiria no dia seguinte para assistir ao combate final de seu prisioneiro. Ele, então, ouve do chefe tocantim a declaração de guerra: “Parte. O sol que viu o estrangeiro na cabana hospedeira o acompanhará amigo; mas com a sombra da noite, mil guerreiros, mais velozes que o nandu, partirão para levar-te a morte”. 
      Na partida. Ubirajara e Araci se encontram novamente. A moça deseja acompanhá-lo, mas o jovem afirma que jamais trairia o chefe ltaquê. Ela, portanto, deveria esperar pela batalha final.
      Quando Ubirajara volta à sua tribo, liberta Pojucã para que ele possa lutar ao lado de seu povo. Os araguaias, então, liderados por Ubirajara, seguem para atacar os tocantins, mas lá encontram os tapuias, que por uma questão antiga de vingança tinham o direito de atacá-los primeiro. Vence ltaquê. mas fica cego na batalha, o que o leva á busca de um sucessor, que deveria ser capaz de manejar o arco e a flecha tão bem quanto ele. Só Ubirajara o consegue, unindo o arco de ltaquê ao seu próprio arco, herdado de Cainacã, seu pai. É o momento épico do romance.
      O chefe ltaquê propõe paz à nação araguaia e, mais do que isso, afirma: “por teu heroísmo, e ainda mais pela nobreza com que restituíste a liberdade a Pojucã, tu merecias uma esposa do sangue do Tocantim”. Após um diálogo comovido, os dois guerreiros jogam suas lanças ao ar e elas se cruzam, simbolizando a união dos dois povos, formando um só: a nação ubirajara.
     Jandira, a virgem araguaia que também amava o jovem Ubirajara, torna-se a segunda esposa do guerreiro por sugestão da própria Araci: “Jandira é irmã de Araci, tua esposa. Ubirajara é o chefe dos chefes, senhor do arco das duas nações. Ele deve repartir seu amor por elas, como repartiu sua força.” Assim foi feito, já que a poligamia fazia parte da cultura dos indígenas

 
                                             
                                                Biografia
 

José de Alencar
José de Alencar
Nascimento 1 de maio de 1829
Messejana
Morte 12 de dezembro de 1877 (48 anos)
Rio de Janeiro
Nacionalidade Brasileiro
Ocupação Crítico, romancista, dramaturgo
Escola/tradição Romantismo

 
José de Alencar, advogado, jornalista, político, orador, romancista e teatrólogo, nasceu em Mecejana, CE, em 1o de maio de 1829, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 12 de dezembro de 1877. É o patrono da Cadeira n. 23, por escolha de Machado de Assis.
Era filho do padre, depois senador, José Martiniano de Alencar e de sua prima Ana Josefina de Alencar, com quem formara uma união socialmente bem aceita, desligando-se bem cedo de qualquer atividade sacerdotal. E neto, pelo lado paterno, do comerciante português José Gonçalves dos Santos e de D. Bárbara de Alencar, matrona pernambucana que se consagraria heroína da revolução de 1817. Ela e o filho José Martiniano, então seminarista no Crato, passaram quatro anos presos na Bahia, pela adesão ao movimento revolucionário irrompido em Pernambuco.
As mais distantes reminiscências da infância do pequeno José mostram-no lendo velhos romances para a mãe e as tias, em contato com as cenas da vida sertaneja e da natureza brasileira e sob a influência do sentimento nativista que lhe passava o pai revolucionário. Entre 1837-38, em companhia dos pais, viajou do Ceará à Bahia, pelo interior, e as impressões dessa viagem refletir-se-iam mais tarde em sua obra de ficção. Transferiu-se com a família para o Rio de Janeiro, onde o pai desenvolveria carreira política e onde freqüentou o Colégio de Instrução Elementar. Em 1844 vai para São Paulo, onde permanece até 1850, terminando os preparatórios e cursando Direito, salvo o ano de 1847, em que faz o 3o ano na Faculdade de Olinda. Formado, começa a advogar no Rio e passa a colaborar no Correio Mercantil, convidado por Francisco Otaviano de Almeida Rosa, seu colega de Faculdade, e a escrever para o Jornal do Commercio os folhetins que, em 1874, reuniu sob o título de Ao correr da pena. Redator-chefe do Diário do Rio de Janeiro em 1855. Filiado ao Partido Conservador, foi eleito várias vezes deputado geral pelo Ceará; de 1868 a 1870, foi ministro da Justiça. Não conseguiu realizar a ambição de ser senador, devendo contentar-se com o título do Conselho. Desgostoso com a política, passou a dedicar-se exclusivamente à literatura.
A sua notoriedade começou com as Cartas sobre a Confederação dos Tamoios, publicadas em 1856, com o pseudônimo de Ig, no Diário do Rio de Janeiro, nas quais critica veementemente o poema épico de Domingos Gonçalves de Magalhães, favorito do Imperador e considerado então o chefe da literatura brasileira. Estabeleceu-se, entre ele e os amigos do poeta, apaixonada polêmica de que participou, sob pseudônimo, o próprio Pedro II. A crítica por ele feita ao poema denota o grau de seus estudos de teoria literária e suas concepções do que devia caracterizar a literatura brasileira, para a qual, a seu ver, era inadequado o gênero épico, incompatível à expressão dos sentimentos e anseios da gente americana e à forma de uma literatura nascente. Optou, ele próprio, pela ficção, por ser um gênero moderno e livre.
Ainda em 1856, publicou o seu primeiro romance conhecido: Cinco minutos. Em 1857, revelou-se um escritor mais maduro com a publicação, em folhetins, de O Guarani, que lhe granjeou grande popularidade. Daí para frente escreveu romances indianistas, urbanos, regionais, históricos, romances-poemas de natureza lendária, obras teatrais, poesias, crônicas, ensaios e polêmicas literárias, escritos políticos e estudos filológicos. A parte de ficção histórica, testemunho da sua busca de tema nacional para o romance, concretizou-se em duas direções: os romances de temas propriamente históricos e os de lendas indígenas. Por estes últimos, José de Alencar incorporou-se no movimento do indianismo na literatura brasileira do século XIX, em que a fórmula nacionalista consistia na apropriação da tradição indígena na ficção, a exemplo do que fez Gonçalves Dias na poesia. Em 1866, Machado de Assis, em artigo no Diário do Rio de Janeiro, elogiou calorosamente o romance Iracema, publicado no ano anterior. José de Alencar confessou a alegria que lhe proporcionou essa crítica em Como e porque sou romancista, onde apresentou também a sua doutrina estética e poética, dando um testemunho de quão consciente era a sua atitude em face do fenômeno literário. Machado de Assis sempre teve José de Alencar na mais alta conta e, ao fundar-se a Academia Brasileira de Letras, em 1897, escolheu-o como patrono de sua Cadeira.
Sua obra é da mais alta significação nas letras brasileiras, não só pela seriedade, ciência e consciência técnica e artesanal com que a escreveu, mas também pelas sugestões e soluções que ofereceu, facilitando a tarefa da nacionalização da literatura no Brasil e da consolidação do romance brasileiro, do qual foi o verdadeiro criador. Sendo a primeira figura das nossas letras, foi chamado “o patriarca da literatura brasileira”. Sua imensa obra causa admiração não só pela qualidade, como pelo volume, se considerarmos o pouco tempo que José de Alencar pôde dedicar-lhe numa vida curta. Faleceu no Rio de Janeiro, de tuberculose, aos 48 anos de idade.
Obras: I Romances urbanos: Cinco minutos (1857); A viuvinha (1860); Lucíola (1862); Diva (1864); A pata da gazela (1870); Sonhos d’ouro (1872); Senhora (1875); Encarnação (1893, póstumo). II Romances históricos e/ou indianistas: O Guarani (1857); Iracema (1865); As minas de prata (1865); Alfarrábios (1873); Ubirajara (1874); Guerra dos mascates (1873). III Romances regionalistas: O gaúcho (1870); O tronco do ipê (1871); Til (1872); O sertanejo (1875).

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Questionário

Qual dessas alternativas mais se reflete ao livro laços de familia de Clarice Lispector?

Um livro narrativo com varias emoções em decorrer de suas historias . (344)
67%

Um livro q situa-se confluência de paradigmas, a cena de realismo, naturalismo e a do romantismo. (166)
33%

Total de votos: 510